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04/05/2021 09h00
Cidade de SP registra alta no número de acidentes fatais no 1º trimestre deste ano; 85% das mortes são de motociclistas

A cidade de São Paulo apresentou uma alta de 2,5% no números de acidentes de trânsito com mortes no primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, antes da quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.

De acordo com dados do Infosiga, o sistema de informações de acidentes de trânsito do estado de São Paulo, os três primeiros meses deste ano somaram 194 acidentes fatais contra 189 em 2020. No primeiro trimestre de 2019 foram registrados 198 acidentes fatais.

Neste ano, 85% dos acidentes fatais na capital paulista no primeiro trimestre envolveram motocicletas, e a maior parte das vítimas são homens, de 18 a 24 anos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as lesões no trânsito são a oitava causa de morte em todo o mundo, e a causa número um entre mortes de pessoas entre 5 e 29 anos.

Situação no estado
Já no estado, houve a continuidade da tendência de queda no número de acidentes fatais. Em todo o ano de 2019 foram 5.439 acidentes e, em 2020, 5.023, redução de 7,6%.

A redução dos acidentes fatais no estado de São Paulo foi puxada pelos pedestres, que apresentaram queda de 36,3% neste índice.

Das 16 regiões de São Paulo, 11 apresentaram redução nos números de 2019 para 2020, com destaque para Presidente Prudente, queda de 30%, e Rio Preto, queda de 22%.

A maior parte destas ocorrências se concentram à noite (57%) e aos finais de semana (44%).

Como reduzir os números
Pedro de Paula, coordenador da iniciativa Bloomberg para segurança no trânsito, explica que o Brasil ainda perde mais de 30 mil vidas no trânsito por ano no Brasil, o que representa quase um acidente de avião por dia.

De acordo com ele, diversas iniciativas já consolidadas por estudos, agências de trânsito e pela OMS poderiam melhora a segurança viária no país.

"Redução de velocidade ou adequação de velocidade para as vias e mudança modal também sempre é algo a se pensar, priorizando modos ativos - a pé e de bicicleta, e coletivos - como ônibus e trens. A fiscalização de trânsito também é essencial para condicionar os comportamentos, e a comunicação adequada para conscientização, como o Maio Amarelo, e para mostrar que atitudes geram consequências, como 'beber e não dirigir' e 'não usar celular ao volante'", disse o especialista.

Questionado sobre as mudanças na lei de trânsito, que começaram a valer no ano passado, Pedro de Paula considerou que muitas alterações foram adequadas e já eram esperadas, com exceção do aumento do número de pontos até uma suspensão de CNH.

"É bastante preocupante. Inúmeros estudos mostram que o sistema de pontuação, mais do que a multa, ou seja, a ameaça de não poder dirigir, é um fator decisivo na adoção de comportamentos seguros no trânsito, que mostram a redução de acidentes depois da adoção de sistemas em que você aumenta o número de pontos. A mudança na lei comunica que existe uma permissividade para um comportamento de risco", ponderou Pedro de Paula, da Bloomberg.

(Portal G1)