Notícias

18/03/2021 15h00
SEDERSP na mídia: “Instituições observam mudança na demanda”

Nesta semana, o presidente do SEDERSP, Fernando Souza, concedeu entrevista ao Jornal Jundiaí para falar sobre a demanda de serviços das empresas formais celetistas neste período de pandemia. Souza aproveitou para falar sobre o diferencial entre os aplicativos e as empresas celetistas, representadas pela entidade. Veja a matéria na íntegra:

DELIVERY SE TORNA O NOVO FORMATO PARA O COMÉRCIO

Diante das medidas impostas pela Fase Emergencial, que entrou em vigência nesta segunda-feira, comerciantes ditos 'não essenciais' terão apenas o sistema de entrega para trabalhar. Desafio para quem ainda não acostumou com este sistema ou quem precisou remanejar ou contratar mais funcionários para ajudar no delivery.

De acordo com o presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Jundiaí e Região (Acomac), Carlos Eduardo Fávaro, o setor de materiais de construção foi beneficiado com as entregas, mas cabe ao empresário se adaptar. O setor, que já entregava materiais como tijolos e areia, aderiu também à entrega de materiais menores, costumeiramente retirados da loja pelos próprios clientes.

"Todas as empresas do setor aderiram ao delivery, mas agora, com o decreto mais restrito, só pode vender assim e em drive-thru, mas sem o cliente sair do carro. No material de construção já é característico o delivery, mas agora também pedem entrega de produtos menores que o cliente costumava ele mesmo vir comprar e já levar", explica ele.

Fávaro conta que estabeleceu um valor mínimo para as entregas em sua loja. Todas feitas por caminhão. "Não precisei de mais entregador. Estamos fazendo como antes, com caminhão, só está demorando mais porque tem mais entrega agora, a demanda está aumentando bastante. A gente junta os pedidos e depois sai entregando", fala o comerciante que enxerga dificuldade no setor para a venda de acabamentos neste formato, já que os clientes costumam preferir ver pessoalmente os produtos.

AJUDA EM FAMÍLIA
Também comerciante, Cecília Mafra Mattos diz que tentou contratar um motoboy, mas os custos elevados a fizeram colocar o filho para fazer as entregas. "Eu já trabalhava com entrega porque tenho site. A gente manda por Correio para todo o Brasil e aqui na cidade meu filho que está fazendo entrega para mim. Dependendo do local, eu mesma faço. Infelizmente os custos com motoboy eram muito altos."

Cecília diz que a pandemia intensificou as entregas. "A situação da pandemia não é boa para ninguém, mas nossas vendas melhoraram bastante. Antes eu vendia meio a meio entre loja e on-line. Agora é só on-line. Há quem goste de vir à loja porque vendo perfume, então as pessoas querem sentir o cheiro, mas tenho clientes fiéis de muitos anos que já conhecem os aromas", diz ela.

INSTITUIÇÕES OBSERVAM MUDANÇA NA DEMANDA

O presidente da Associação Regional dos Motoboys de Jundiaí, Sávio Clarindo, estima que há cerca de quatro mil motoboys no município, número que aumenta todo dia.
"Aumentou muito a quantidade de motoboy de aplicativo. Outro dia estava conversando com um que tinha sotaque, acho que era haitiano, e ele disse que estava difícil trabalhar com entrega agora por causa da quantidade de motoboys. A cada dia cresce mais o número, inclusive de motogirls, que antes você não via tanto, mas agora com o desemprego alto muitas moças estão fazendo entrega."

O presidente da Associação Regional dos Motoboys de Jundiaí, Sávio Clarindo, percebe ainda que algumas empresas tinham motoboy fixo e agora aderem ao aplicativo. Agora ele tenta regularizar a associação, para dar mais suporte e elaborar inclusive um censo da profissão em Jundiaí.

Para o presidente do Sindicato Representativo do Empresariado do Setor de Distribuição e Entregas Rápidas do Estado de São Paulo (Sedersp), Fernando Souza, a procura pelo delivery aumenta em paralelo ao isolamento. "Como as pessoas estão confinadas, o delivery de alimentos, e-commerce, é a única coisa que está funcionando. Com certeza, agora vai aumentar."

No caso dele, porém, o impacto não é tão grande quanto é para aplicativos. "Como trabalhamos com empresas formais, que registram os funcionários, não tem muita diferença. Quem trabalha com escritório, como os funcionários estão em casa, é só serviço de cartório, entrega de material de escritório. Não aumentou substancialmente. Aplicativo aumenta a quantidade de motoboy porque a empresa não tem compromisso. Quem quiser trabalhar é só se cadastrar no app, não tem registro como nós."

Presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O), que representa diversas plataformas digitais, Vitor Magnani, fala que a quantidade de entregadores, de fato, subiu bastante. "Durante a primeira fase da pandemia, a Associação Brasileira Online to Offline identificou, por exemplo, um aumento de 100% na média da procura por novos cadastros de entregadores nos aplicativos. O estudo comparou o pico de novos cadastros pré-pandemia (janeiro e fevereiro de 2020) com os primeiros meses da pandemia (março, abril, maio e junho de 2020). Essa é uma onda crescente e foi uma saída para muitas famílias brasileiras conseguirem manter a renda familiar."

(Fonte: Jornal Jundiaí)