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09/03/2021 13h00
Levantamento com motoboys em Campinas revela que 37% já sofreram acidentes com gravidade

Empresário de motofrete, veja essa reportagem da EPTV (TV Globo) sobre a situação dos motoboys de aplicativos em Campinas com base em levantamento feito pelo o Ministério Público do Trabalho e a Unicamp:

Um levantamento com 194 entregadores de Campinas (SP) mostra que 37% já sofreram acidentes que exigiram afastamento do trabalho para recuperação de lesões. Os dados, adquiridos em uma parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Unicamp, indicam ainda que 44,7% percorrem mais de 100 km por dia.

Ao todo, 252 trabalhadores fizeram testes de Covid-19 em janeiro, durante uma ação de saúde dirigidas entregadores, e 194 assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual responderam perguntas sobre a profissão. Os dados surgiram desse levantamento.

Os motoboys afirmaram que pequenos incidentes, como quedas sem consequências física, nem foram considerados, porque são recorrentes.

Afastamentos de mais de 6 meses foram relatados por nove trabalhadores, e 20 tiveram que se ausentar entre um e cinco meses para se recuperar de acidentes no trânsito.

Motoboys ouvidos pela EPTV relataram o risco de atuar no trânsito de Campinas e as experiências com acidentes graves. Um deles é Reginaldo Alexandre, que voltava de uma entrega de pizza no campus da Unicamp quando foi atingido por um carro.

A pancada o jogou cinco metros à frente e danificou a moto. A recuperação durou sete meses, tempo em que ele dependeu de amigos e da família para sobreviver.

"Não tinha como trabalhar, não tinha como pagar pensão, minha moto, o aluguel. Não tinha como trazer o sustento para dentro da minha casa e minha esposa estava grávida na época. Bem complicada a situação".

Experiente na profissão, Josias Freitas também afirma que já sofreu acidentes ao longo dos 30 anos de atuação.

Risco grande, rendimento baixo
Apesar da taxa de acidentes graves, os entregadores relatam que a média de ganhos brutos está entre R$ 1 mil a R$ 3 mil. Para responderem, os motoboys não abateram os gastos que têm de todo tipo, como combustível, pacote de dados do celular, manutenções em geral, alimentação.

O trabalho exige, para 44,7% dos trabalhadores, mais de 100 quilômetros percorridos por dia. A média do número de entregas diárias é 15, mas cerca de 60 referiram fazer entre 20 e 40 viagens diárias.

Criação de pontos de apoio
Com base no levantamento, o MPT afirma que vai pedir à Prefeitura de Campinas medidas para dar suporte aos profissionais. Uma das iniciativas é criar pontos de apoio em diferentes bairros.

"Essa categoria é difusa e como o trabalho deles é na rua, precisam de locais para que possam ter as mínimas condições de se alimentar, ir ao banheiro e descansar para que a saúde seja preservada", explicou a promotora Clarissa Schinestsck.

"Sem essas condições, o trabalho deles que já é bastante intenso, bastante exaustivo e de longas jornadas, fica muito intensificado", completa.

Os dados:
• 194 motoboys responderam questionamentos sobre o trabalho
• 37% já sofreram acidentes que exigiram afastamentos
• 44,7% rodam mais de 100 km por dia por conta do trabalho
• média de entregas por dia é 15, mas chega a 40
• rendimento fica entre R$ 1 mil a R$ 3 mil
• 48,45% dos trabalhadores têm ensino médio completo
• 26,8% têm ensino superior incompleto ou completo

Para ver a reportagem, copie e cole o link: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2021/03/09/levantamento-com-motoboys-em-campinas-revela-que-37percent-ja-sofreram-acidentes-com-gravidade.ghtml?fbclid=IwAR3LswGjXlyWvqS7obNScvBqhCWDftaeM8BrrHXeNJGITx8PfqD6jgQpNTQ

(Imagem: Reprodução EPTV)