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28/05/2020 08h05
Acidentes de trânsito em SP caem 40% na quarentena, mas mortes de ciclistas e motoqueiros crescem

Um levantamento do governo de São Paulo mostra que os acidentes de trânsito, tanto em vias municipais quanto em rodovias, diminuíram 41% entre o dia 24 de março, primeiro dia da quarentena, e 30 de abril, na comparação com o mesmo período no ano anterior. Os dados do InfoSiga abrangem 104 cidades paulistas com mais de 70 mil habitantes.

Este foi o mês de abril com o menor número de mortes no trânsito desde 2015. Apesar disso, o total de ciclistas e motociclistas que morreram em acidentes de trânsito aumentou em abril deste ano. Foram 128 mortes em acidentes de moto em abril do ano passado, contra 135 neste ano. Em 2019, 32 ciclistas perderam a vida em abril. Já neste ano, foram 33.

Com a quarentena, o número de acidentes com motos ultrapassou o de carros. Para especialistas, o motivo é o aumento na circulação de entregadores. A pressão por entregas rápidas faz com que muitos entregadores se arrisquem no trânsito.

“Pegou pedido, tem que estar no cliente em 10 minutos, senão o cliente já está ligando já está pedindo pra acelerar, perguntando o que aconteceu”, afirma o motoboy Luan.

“Tanto quem vai receber quanto quem está entregando, as duas pontas pressionam para que tempo de entrega seja curto, para que o entregador também possa ter um ganho maior. Então é uma luta infinita que faz com que ele desobedeça e desrespeite a tudo como regra de trânsito”, avalia o diretor da Associação Brasileira de Medicina no Trânsito (Abramet), Dirceu Rodrigues.

6,8 mil acidentes a menos
O levantamento do InfoSiga mostra que, com a redução de 41% nos acidentes, ocorreram 6,8 mil acidentes a menos neste ano. De 24 de março a 30 de abril, foram 16,5 mil ocorrências em 2019 e 9,7 mil em 2020.
Para Dirceu Rodrigues, da Abramet, os números mostram como é importante reduzir a quantidade de carros nas ruas.

“O InfoSiga está nos mostrando uma realidade que nos precisávamos ter no pós-pandemia. como será o amanhã, deveria ser como hoje é o nosso trânsito: menos veículos nas ruas, mais lugar pro pedestre, mais lugar pro ciclista”, afirma.

(Portal G1)