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07/02/2020 10h00
Número de patinetes em circulação cai em São Paulo

Três meses após o início das regras que regulamentam o uso de patinetes elétricos em São Paulo, o número de equipamentos em circulação caiu e a Prefeitura ainda não criou as estações onde eles devem ser deixados. Enquanto parte dos paulistanos se queixa da dificuldade de encontrar os patinetes em locais que já haviam se tornado tradicionais, há quem sinta um certo alívio.

Na Praça Silvio Romero, no Tatuapé, na zona leste, não havia nenhuma unidade quando a reportagem visitou a área, na sexta-feira, 7. Nas Avenidas Faria Lima, na zona oeste, e Paulista, na região central, que há um ano estavam tomadas pelo modal, também é possível observar um menor número de equipamentos. Procuradas, as empresas não informaram quantos patinetes circulam na capital nem qual foi a redução de equipamentos nas últimas semanas.

Na Paulista, a situação é semelhante. Menos de dez patinetes estavam na calçada do lado oposto ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), mesmo local onde já teve o dobro de unidades.

Enquanto usuários já acostumados com o modal lamentam, há quem considere a redução um alívio. "Muitas pessoas usam, mas ainda vejo crianças com o equipamento, mesmo com a proibição. É preciso reforçar a fiscalização para evitar acidentes e incentivar o uso de capacete", avalia o administrador de empresas Danilo Alves, de 37 anos.

Desde que os patinetes começaram a circular no País, no segundo semestre de 2018, uma série de acidentes foram relatados. O mais grave aconteceu em setembro do ano passado, em Belo Horizonte.

O empresário Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, morreu ao bater a cabeça em um bloco de concreto, depois de cair do equipamento.

Saída de São Paulo
O sumiço dos patinetes está relacionado à saída de empresas que operavam em São Paulo ou da redução da operação daquelas que continuam aqui. Procuradas, startups afirmaram que a decisão de deixar São Paulo foi tomada em razão de questões estratégicas ou de sustentabilidade financeira. Apesar de manifestar insatisfação na época da regulamentação, nenhuma operadora citou as novas regras como motivo para saída ou diminuição da operação na cidade. Procurada, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes afirmou que a redução de patinetes está relacionada a "uma decisão de mercado das próprias empresas".

Estações
As estações para onde as operadoras levarão os patinetes após o uso, previstas na regulamentação, ainda não foram criadas pela Prefeitura. Segundo a gestão Bruno Covas, a secretaria de Transportes, por meio da Companhia de Engenharia de Trânsito (CET), "está se reunindo com as empresas credenciadas para definir os locais" onde elas serão instaladas. Segundo as regras municipais, os patinetes não podem ser deixados em qualquer lugar.

Já os usuários podem estacionar o equipamento em vias com ciclovias ou ciclofaixas, independentemente da velocidade regulamentada ou em vias sem ciclovias ou ciclofaixas, com velocidade menor ou igual a 40 km/h, respeitando determinadas condições, como período de permanência. Da rua, o equipamento será levado para as estações, assim que elas forem instaladas. Outro ponto que ainda está sendo analisado pelo Comitê Municipal de Uso do Viário (Cmuv), órgão ligado à Prefeitura, é a obrigatoriedade do capacete.

Em maio, decreto provisório do prefeito Bruno Covas exigiu o uso do equipamento, mas a medida foi suspensa após pedido de uma das operadoras à Justiça. Na mesma época, houve ainda apreensão de patinetes nas ruas, por parte da Prefeitura. O decreto definitivo foi publicado em agosto.

(Com informações da revista PEGN)