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16/10/2018 12h05
Revista do Valor Econômico destaca ações do SEDERSP contra aplicativos irregulares

Intitulado “Uma briga por espaço – Concorrência dos aplicativos faz companhias buscarem novos recursos para reter clientes”, a Revista Logística, do Valor Setorial (Jornal Valor Econômico) abordou, em reportagem de duas páginas, os problemas causados pelos aplicativos que atuam de modo irregular e como as empresas formais têm feito para conquistar e reconquistar o mercado de distribuição de entregas rápidas.

O texto mostra a preocupação do setor dada a concorrência desleal desses aplicativos, que adentraram no segmento, desequilibrando a economia, desestabilizando também a questão trabalhista.

A revista destaca as denúncias do sindicato patronal contra esses aplicativos: “Essas empresas estão na mira do Ministério do Trabalho, muito em função da campanha feita pelo SEDERSP junto ao governo pedindo para fiscalizá-las”, complementa o impresso, com a fala do presidente da entidade, Fernando Souza: “O ministério reconheceu que essas empresas não são só de tecnologia, mas também são de transporte e, como tal, precisam registrar seus funcionários, dando a eles melhores condições de trabalho”.

O sindicato laboral, também citado na matéria, corroborou com a fala de Fernando, reforçando a necessidade de ações de combate às irregularidades sobre questões trabalhistas no que se refere à “pejotização” da atividade, que vem sendo praticada por esses aplicativos pela contratação de funcionários como pessoa jurídica, de modo a maquiar a relação trabalhista prevista em lei (CLT). A entidade profissional reforça que alguns desses aplicativos contam com cerca de cinco mil entregadores contratados como PJ, numa contratação que acaba atraindo trabalhadores desqualificados que, para ter um salário melhor, trabalham mais de 12 horas por dia, chegando até 18 horas diárias, e que essa forma de trabalho incentiva a velocidade, colocando em risco a segurança desse trabalhador.

Empresários do setor também colocaram seu ponto de vista em relação a essa disputa entre os aplicativos e as empresas regulamentadas. “Muitos clientes que trocaram as entregas tradicionais por aplicativos já perceberam que esses serviços não oferecem a mesma qualidade nem a segurança das demais empresas”, comenta Augusto César Rodrigues, sócio-diretor de uma empresa de entregas rápidas.

Soluções para enfrentar os aplicativos irregulares

A matéria informa que “para reagir a esse quadro, as empresas diversificaram a operação e criaram a opção do serviço econômico, reunindo cinco ou seis pedidos para serem feitos por um entregador. Aquelas que começaram a implantar esse tipo de serviço no início do ano conseguiram, segundo Souza, manter um ponto de equilíbrio em suas finanças, mesmo sem aumentar o faturamento, já que os preços diminuíram, mas, em contrapartida, não perdemos clientes”, destaca a revista.

A reportagem também cita outras ações que empresas do setor têm tomado para driblar o problema da concorrência desleal, tendo como exemplo uma medida tomada por César, que criou um aplicativo próprio, oferecendo ao cliente a possibilidade de monitorar pelo celular o caminho do seu pedido. Ele também diversificou a frota para atender a entregas de produtos maiores. “Hoje temos 50 motos e seis carros tipo Fiorino e fazemos também parcerias com transportadoras para entrega em outros Estados. Reconquistamos alguns clientes pessoas jurídicas, mas ainda enfrentamos a concorrência de quem não contrata funcionários, alegando não ser empresa de transporte, e que pratica preços menores que os nossos”, disse César.

“Segundo ele, a qualidade do serviço não é a mesma das empresas tradicionais. Os entregadores de empresas de aplicativo não querem, por exemplo, fazer serviços em cartórios, que exigem mais tempo de espera, para não perderem tempo, pois ganham por produção. No caso de empresa tradicional, como o entregador é um funcionário, ele cumpre a tarefa, qualquer que seja”, destaca a reportagem.