Mensagem do presidente

29/11/2018 14h10
Empresa séria e regulamentada paga 13º, já os aplicativos...

Final de ano acaba sendo sempre um período de responsabilidade dobrada dos empregadores e maior tranquilidade por parte dos empregados, no que se refere aos direitos do trabalhador para quem atua no regime celetista.

Sim, estamos falando do 13º salário, garantia assegurada e que deve ser cumprida pelos patrões, aliás, vale lembrar os prazos para o pagamento desse benefício: a primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro e a segunda, 20 de dezembro. Também vale destacar que o não pagamento ou atraso pode resultar em pesadas multas se a empresa for autuada por um fiscal do trabalho.

Até alguns anos atrás, a maioria dos motofretistas era contemplada com esse salário a mais nessa época do ano, salvo os que trabalhavam em empresas não regulamentadas, sem registro de funcionário, dentre outras irregularidades. Porém, dos últimos quatro anos para cá, o número de motoboys que não recebe esse e outros benefícios aumentou bastante após o advento dos aplicativos de entregas rápidas, que agem de modo irregular, desrespeitando a lei trabalhista.

É justamente nessa época que esses entregadores por aplicativo se sentem mais fragilizados, desvalorizados e percebem a diferença entre trabalhar em uma empresa séria, regulamentada e que valoriza e respeita todos os direitos assegurados da categoria.

Outra triste realidade desses motoboys é a condição precária de trabalho. Nesta semana, por exemplo, a Rádio BandNews relatou a denúncia de uma ouvinte sobre a péssima situação em que trabalham motoboys do aplicativo Rappi no entorno do Itaim Bibi. O relato aponta a inexistência de local adequado para os motoboys aguardarem as chamadas, falta de água potável, de banheiro, de espaço para comer, dentre outros problemas.

Também recentemente, motofretistas dessa mesma empresa de aplicativos protestaram contra a precarização do trabalho. Um dos manifestantes, porta-voz do grupo, lamentava a redução do valor do frete pago aos entregadores. "Está difícil de manter até a manutenção da moto. Trabalhamos mais que dez, 12 horas para poder ter um valor justo. Agora eles baixam o valor, não dão condição de trabalho, não dão um pingo de atenção, não respeitam a gente. Somos trabalhadores, pai de família, e dependemos dessa profissão para sustentar nossa família”, disse o motoboy, ao portal G1.

É por esses e outros motivos que nós, do SEDERSP, continuamos nossa luta contra esse tipo de atuação irregular, que desvaloriza os profissionais da área, não assegurando o mínimo de condições básicas para a realização de um trabalho digno. Fica aqui mais uma vez nossa indignação a esse tipo de tratamento dado a esses entregadores.

Quanto aos empresários do setor de motofrete que atendem a todas as normas e regras para uma atuação justa e correta, nossa mensagem é que sigam em frente com o seu trabalho. O tempo e a realidade já estão mostrando a todos, tomadores de serviços e colaboradores motoboys, que a valorização profissional é fundamental para uma prestação de serviço segura e de qualidade.