Mensagem do presidente

27/07/2017 09h00
Motofretista: atividade essencial na sociedade moderna

Hoje é celebrado oficialmente o Dia Nacional do Motociclista, aquele que coloca o capacete na cabeça e sai estrada afora, seja para trabalhar, viajar, passear. Nesta mesma data, quem igualmente merece atenção e respeito por se “aventurar” em meio ao trânsito caótico que vivemos é o motofretista, já que hoje também é o seu dia.

Só na capital paulista, estima-se que cerca de 200 mil profissionais ganham a vida sobre duas rodas, movimentando a indústria do transporte rápido. Em seus baús, carregam desde importantes documentos, presentes, remédios, alimentos, objetos de valor, dentre outras encomendas, tornando essa função essencial para a sociedade moderna.

Vale lembrar que vinte anos atrás esse mesmo profissional era conhecido no setor como “cachorro louco”. Passado um tempo, veio a regulamentação, que trouxe o reconhecimento da profissão motofretista, com direitos e deveres a serem cumpridos, sendo a mais recente conquista o adicional de periculosidade em 30% sobre o piso salarial.

Mas nem tudo são flores, infelizmente, esse reconhecimento ainda não é visto em sua totalidade. Muitos motociclistas ainda trabalham na informalidade.

Junto a isso, chegaram os aplicativos que, ao invés de fazer da tecnologia, de fato, um avanço, retrocederam à realidade de duas décadas atrás. Essas empresas virtuais não reconhecem o vínculo empregatício, muito menos as conquistas profissionais do setor, impondo, ainda, às empresas legalmente constituídas, uma concorrência desleal e imoral.

Ante a essa realidade tecnológica, onde o que acontece é uma verdadeira disputa de valores, o motofretista se submete trabalhar sem nenhum tipo de regulamentação, abrindo mão de seus benefícios sociais e trabalhistas e, mais preocupante, na ânsia de ilusoriamente “ganhar mais”, acaba colocando sua vida em risco.

Que o avanço digital é realidade, isso não se discute, mas, junto a esse fato consumado, não se pode ignorar outros progressos, principalmente quando o que está em jogo põe em xeque direitos conquistados e a vida e segurança desses profissionais motofretistas, que merecem ser lembrados, respeitados e valorizados, não apenas no dia 27 de julho ou outras datas comemorativas do setor.